As CDLS na frente​

19/06/2017|

13:57

CDL Brusque: palestra beneficente arrecada R$ 11 mil para a Apae

Na frente de mais de 300 pessoas, um capitão. E ele é Vilfredo Schurmann, palestrante que conduziu a palestra “Navegando com sucesso” na noite de quinta-feira, 8 de junho, no Centro Empresarial, Social e Cultural de Brusque (CESCB. O evento teve a renda revertida para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Brusque. O encontro contou com parceria da CDL da cidade e das Toalhas Atlântica e foi promovido pela associação empresarial.

Durante quase duas horas de palestra, através de uma narrativa cheia de entusiasmo, foi possível embarcar com a família Schurmann no veleiro Kat e entender como lições do alto mar podem ser proveitosas para ondas e tempestades enfrentadas por todos na vida pessoal e profissional.

Aprendizados valiosos, como o planejamento, trabalho em equipe, administração dos imprevistos e adaptação às novas realidades, investimento em tecnologias e as escolhas desmedidas em prol da sustentabilidade.

“São 32 anos de vivência no mar e três voltas ao mundo. Aprendi o valor da liderança e a necessidade do jogo de cintura. Nos momentos de tensão foi preciso serenidade para tocar o barco diante da tempestade. Porém, o mais importante é acreditar naquilo que se realiza. Sonho sem data marcada fica difícil de alcançar”, ensina Vilfredo.

A última aventura da Família Schurmann foi a “Expedição Oriente”, com partida e chegada no município de Itajaí, entre 21 de setembro de 2014 e 10 de dezembro de 2016. Neste momento, todo o planejamento da equipe está direcionado para uma nova missão que deve iniciar no segundo semestre do próximo ano.

O presidente da CDL, Michel Belli, destaca o caráter solidário do evento em prol da Apae. “A causa é nobre. Você adquire conhecimento e sabe que o valor do ingresso será bem aplicado. A Apae precisa, ainda mais em um ano de crise, no qual é difícil arrecadar fundos para pagar professores e as demais despesas administrativas. Estamos satisfeitos com o resultado da palestra e agradecemos a todos que estiveram presentes e colaboraram”, observa.

A diretora da Toalhas Atlântica, Susymeri Ogliari, agradeceu à Família Schurmann pela oportunidade de ser parceira da “Expedição Oriente”. “Acreditando que suas palavras possam inspirar, motivar a outros e encorajar muitos empresários, cidadãos e famílias a ajustar as velas de sua vida, de sua empresa, de seus negócios, é que estendemos esta palestra. Temos que compartilhar boas ideias, histórias de vida em abundância em tempos onde tudo parece sem vida, sem cor e sem luz”, disse a empresária.

Ao final do evento foi entregue para a Apae um cheque simbólico no valor de R$ 11 mil, correspondente ao resultado integral da venda de ingressos. “É um momento muito alegre para nós”, afirma o presidente da entidade, Sebastião Ernani Poia.

Diário de Bordo – Expedição Oriente
Soluções sustentáveis fizeram parte desta grande empreitada. Tratamento de efluentes, energia limpa, um compactador para diminuir o tamanho do lixo encontrado e recolhido pelo caminho. A embarcação, com 70 m², e tripulada por oito pessoas, tinha até um espaço para a horta, de onde se colhia salsa e manjericão frescos.

A tecnologia foi uma grande aliada. Permitiu a passagem pelo Cabo Horn (Chile), no encontro dos oceanos Atlântico e Pacífico, conhecido pela baixa pressão e ventos de até 220 km/h. Também evitou os ataques de piratas na China. Através da localização foi possível desviar de quem poderia colocar a tripulação em risco.

Durante a palestra, Vilfredo também lembrou do ex-governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira que, por três ocasiões, esteve com ele na Embaixada da China, intercedendo pela entrada da expedição no país. O Kat foi o primeiro veleiro brasileiro que chegou ao país.

“Na Polinésia Francesa fomos informados da presença de baleias. Fui conversar com um especialista, um biólogo marinho, que entendeu o projeto e nos levou até o local. Mergulhei e fiquei de frente com um filhote. Mamífero olhando para mamífero. A mamãe baleia estava perto. Foi uma experiência incrível, algo que nunca vou esquecer”, atesta o capitão.

Já o oceano índico trouxe a história de um vulcão em erupção. Com todo o local interditado em um raio de seis quilômetros, restou convencer as autoridades de que permitir o acesso da equipe se tratava de uma boa ideia. E deu certo. “Há momentos da vida que exigem decisões ousadas. Já estava a 50 metros do vulcão e queria me aproximar mais do rio de larvas. Com a autorização, ficamos cerca de cinco metros distante das larvas. A minha bota tinha cheiro de pneu furado e as imagens ficaram inacreditáveis”, relembra Vilfredo.

E o momento mais difícil da expedição foi enfrentado na Nova Zelândia, no meio de uma tempestade com ventos de 135 km/h. Com dois mastros caídos e sem autonomia para chegar ao destino, restava a opção de velejar contra a tormenta. O capitão, no entanto, tomou uma decisão difícil, fechou toda a embarcação e esperou a tempestade passar. Dois dias depois eles continuaram a viagem.

Acompanhe as aventuras da Família Schurmann todas as terças-feiras, às 22h30, no canal National Geographic.

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